Wednesday, January 31, 2007

MANO HENRIQUES


Foi ao teu lado que travei uma das minhas mais sangrentas e sofridas batalhas. Sem ti, sem a tua dedicação e sem o teu coração Não teria conseguido alcançar a Vitória.
Quando olho para as cicatrizes que resistem contra o Furioso e Imparável tempo e que insistem em ser carregadas pela pele das minhas mãos, recordo que por cada gota de sangue estão litros incalculáveis de pestilento suor, lembro que foram dias sem conta em luta contra o cansaço e contra a sedutora doce voz de uma cama (ou maca) de perfumados lençóis lavados que tão constantemente nos convidava para partilhar do seu leito.
Partilhamos a mesma mesa com seres rastejantes, os quais se alimentavam ao nosso lado, respirámos aços de uma dureza extraordinária e devoramos as vozes desencorajantes com o nosso grito de guerra que transpirava por todos os seus poros determinação inabalável.
Vimos muitas vezes a Vitória da nossa Batalha ser ameaçada pela desorientação, desespero e alucinação desequilibrada que perturbava a lucidez da nossa vontade.

Depois de consagrado o sucesso da nossa Aventura com as nossas brancas vestes imaculadas a esconder os nossos fétidos, desnutridos e transfigurados corpos, gozámos do tã merecido Descanso dos Guerreiros em cada distracção. Ali estavas do meu lado esquerdo e hoje estás dentro do meu Coração.

Nunca mais fomos os mesmos espíritos, nem os nossos corpos restituíram tanto desiquilibrio e como consequência ficamos assim condenados a viver o resto de todos os dias com o peso da alterações profundas e irremediáveis dos nossos corpos e cérebros, sujeitos a isso só nos resta ir pagando o preço alto da factura com os severos lapsos de memória e com uma redução drástica na capacidade de resposta intelectual, contudo, sobrevivemos por cima desta Aventura e só nos resta fazer de cada dia, o melhor, como se fosse o último.

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